quarta-feira, 23 de dezembro de 2009

Espaço do Leitor - Filosofia da Morte - Por V_Leal


Filosofia da morte

Quando Saw foi lançado ainda com seus ares de filme independente, pouco dinheiro e uma idéia boa na cabeça, nos apresentaram um serial killer de vida misteriosa e muito assertivo em suas ações.

Estava ali um protagonista perspicaz e disposto a despertar o desejo de vida nas pessoas? Sua filosofia maquiavélica de “os fins justificam os meios”, fez com que muitas pessoas fossem raptadas, expostas a torturas que os Medievais ficariam com invejas e um verdadeiro mar vermelho sanguinolento foi pintado.

John Kramer não era somente afligido por um câncer, mas também por uma mente doente, psicótica.


Os jogos ao passar do tempo se tornaram cada vez mais pessoais com vítimas relacionadas ao passado do protagonista. Jigsaw tinha sua verdade como absoluta e achava ter nas mãos o plano de “reabilitação” ideal para recuperar usuários de drogas, prostitutas, capitalistas selvagens, policiais corruptos entre outros, algumas vezes a escolha das vítimas se deram de forma bem misógina, com um toque de puritanismo americano.

No último filme, Saw VI, ficou explícita a briga de egos entre John e Jill, sublinhando cada vez mais a megalomania de Jigsaw que nem depois de morto deu sossego às suas vítimas.

A filosofia da morte não poderia salvar ninguém, a não ser nos pensamentos perturbados do protagonista. John apenas podia criar cópias mal feitas dele mesmo, vide Amanda também problemática e Hoffman.


De passagem o filme chegou a sugerir um delírio místico, símbolos chineses, porcos e oráculos, igualmente trouxe à tona a personalidade obsessiva de Jonh, como disse Jill – “com ele era tudo planejado”.

Colocar a vida do outro em risco por si só já contradiz a filosofia de valorizar a vida. Mas a mente psicótica assim como a neurótica, tem sua estrutura e segue uma lógica, mesmo que nos pareça fora de toda e qualquer lógica sensata.

*Por: V_ Leal.

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